Caros irmãos, venho nesta noite para trazer a todos um pouco de minha historia, a forma trágica que desencarnei
e que possa ser um espelho para vossas vidas.
Meu nome é Sandoval, eu vivi há aproximadamente 50 anos atrás neste planeta que vocês hoje habitam.
As vezes podem pensar que 50 anos é muito tempo que já passou, mas para nós que estamos aqui, em outra dimensão,
temos contagem diferente de vocês ai no planeta.
Eu era um amante da natureza e achava que podia dominá-la, e gostava de fazer aventuras perigosas nas matas, cachoeiras
e rios. Desafiava a gravidade e a fúria da natureza muitas vezes, me achando um Deus.
Nossa quanta prepotência !!
Hoje envergonho-me até de contar, eu, uma ateu, não acreditava que podia existir uma ser maior a reger tudo, ou seja,
me achava o dono de tudo, que sabia tudo.
Oh, quanta ignorância !
Numa noite fria, estava acampado nas montanhas, na Serra do Mar de São Paulo, frio, ventos fortes, uma garoa a gelar a alma.
Ah! Mas me achando mais forte que tudo aquilo, não me dei por derrotado.
Passei a noite lá mesmo e pela manhã iria terminar a minha escalada, já programada. O dia raiou, me levantei, alimentei-me
com o que havia levado na mochila e segui morro acima.
Garoou muito na noite e os barrancos estavam extremamente escorregadios.
Com meus equipamentos, peito estufado, gritei para a natureza:
– Você não irá vencer-me, pois sou mais forte.
Ao subir, talvez uns quinhentos metros, não me recordo o quanto subi, eu comecei a deslizar. Fiz o que pude para me segurar
e fincar minha ferramenta de escalada porem, a natureza foi mais forte e deslizei em um barranco de talvez uns 10 metros ou
mais de altura e despenquei, até cair no rio que passava embaixo, nadei, nadei.
Lembro-me do desespero pois a agua devia estar quase zero grau, so que a correnteza venceu e a fúria da natureza se vingou,
me levou para um despenhadeiro e eu cai.
E só depois de muito tempo fui entender o que ocorreu. Bati com a cabeça em uma pedra e tive morte instantânea.
Passado horas, eu me levantei , a cabeça doía, o corpo parecia ter sido surrado. Tudo girava e quando olhei mais firmemente,
vi meu corpo estirado sobre a pedra, com uma grande rachadura na cabeça e havia muito sangue por todos os lados.
Eu não entendia, como ? Me perguntava. Comecei a correr feito louco, mas a dor era forte e eu cai. Então comecei a gritar por socorro,
somente o eco da minha própria voz retornava.
Não sei precisar a todos por quanto tempo fiquei neste estado, entre dormir, acordar e implorar ajuda. Até que consegui caminhar
por um outro local e ouvia, as vezes, pessoas correndo, rindo e muitas risadas estridentes. Meu pavor aumentou e quanto mais pedia
socorro, mais eu ouvia vozes e risadas.
Não sei quanto tempo durou este ciclo. Até que em uma noite enluarada, me sentia fraco, quase sem forças, a cabeça girava e os
pensamentos vinham à mente, de toda a minha vida.
Eu avistei, ao longe, uma figura que parecia um pajé. Pensei comigo: não pode ser, nunca soube que havia índios nesta região. Ele veio
se aproximando lentamente, e em seu entorno, havia uma luz, como se ele estivesse dentro de uma aro de luz.
Ao se aproximar mais ele me falou:
– Filho não tenha medo, eu sou a natureza que você tanto quis desafiar. Vim aqui para saber se queres fazer as pazes comigo,
pois assim poderá seguir seu caminho !
– Nunca desafie aquilo que você não consegue mensurar ! Nosso pai Maior, que tudo governa, pediu para lhe dizer que abra seu
coração e entenda que somente ele é soberano e pode mover montanhas e florestas, e que nós somos apenas grãos de areias no
Caminho da Evolução !
Não sei descrever a sensação que tive ao lado daquele ser, mas não conseguia balbuciar nenhuma palavra sequer. Eu comecei a chorar
longamente e, então, ele estendeu a mão e dela começou a sair uma luz que foi tomando o meu corpo e me trazendo uma paz e
uma sonolência.
Não recordo mais nada, apenas que acordei em uma espécie de hospital, onde minha mãezinha, que havia falecido quando eu tinha 14 anos,
estava a velar por mim. Ela esboçou um sorriso lindo e me disse:
– Filho amado, Enfim Nosso Pai permitiu que a ajuda fosse ao seu encontro, após anos , a fim de preces minhas.
– Hoje meu coração está em júbilo pois sei que você poderá recuperar , aqui conosco, e me foi permitido acompanhar, novamente,
mais um pouco a sua Evolução.
Amigos amados, se pudésseis saber o quanto nosso egoísmo e nossa arrogância nos afasta de tudo aquilo que nos faz crescer e evoluir.
Nosso EU não pode ser mais forte, porque estamos aqui para superar nossas dificuldades e o Pai, com sua bondade, nos vela e nos guarda.
Dá-nos , no momento certo, a permissão de nos redimir e nos corrigir, para seguirmos nossa caminhada.
Hoje me recupero bem, graças as orações de minha bondosa mãe e graças as equipes que dedicam seu tempo e seu amor, em prol daqueles
que necessitam ser ajudados.
Que a Paz do Mestre esteja com todos e esteja também nesta Casa.
Não se desviem do caminho estreito, ele é difícil, a caminhada é árdua, mas é o único Caminho que trará a evolução que todos nós precisamos,
para nos tornarmos melhores.
Deixo-lhes a energia da Paz e, este índio, o Pajé Umbantã, pede a todos que a simpatia que devem fazer em suas vidas é a de abrir o coração,
amar o próximo e se amarem.
Graças à Deus !
Boa noite irmãos !.